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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Chevrolet Corvette ZR1


Em 2004, a General Motors colocou a última camada de asfalto em sua pista de testes em Milford, em Michigan (EUA), o Milford Road Course (MRC), um circuito travado de 3.200 metros de extensão e a uma hora de distância do quartelgeneral da companhia. A Lutzring, como foi batizada pelos empregados em homenagem ao vice-presidente da empresa, Robert Lutz, se precipita por 41 metros desde o topo até a parte mais baixa e une algumas das mais traiçoeiras curvas do mundo, como um grande encanamento de banheiro. Os 20 cotovelos, curvas de baixa e tomadas cegas são coroados por uma curva inclinada em 45 graus chamada de... latrina. Ela lembra o "Karrussel" de Nürburgring, que já teve suas defensas substituídas pelo menos duas vezes. Apenas 16 dos 266 mil funcionários da GM têm permissão para dirigir no MRC.

Naturalmente, uma pista fazedora de viúvas na qual você nunca dirigiu, é exatamente o lugar que você quer para acelerar um Corvette de 638 cavalos, um carro que você nunca dirigiu antes.


Nossa apresentação na edição 3 do Vette ZR1 com compressor mecânico apenas trouxe algumas especifi cações de fábrica. Agora, com a intenção de espremer das revistas um pouco de tinta, a GM convidou-nos para meio dia ao volante do carro de US$ 105 mil, apenas um aperitivo antes do teste completo que se inicia daqui a algumas semanas. Claro que a estratégia funcionou: todos nós estávamos lá ansiosos por colocar a mão na novidade.

BAT-CAVERNA
Em contrapartida à reputação nefasta da pista, o ZR1 é apenas o Z06 com estrutura em alumínio, painéis de carbono e assoalho em madeira Balsa, certo? Isso signifi ca que sua direção será um pouco vaga e o carro meio molenga nas tangências. Mas será, acima de tudo, um brinquedo divertido e seguro. Ligue o ar-condicionado, sintonize sua estação preferida e deixe a eletrônica fazer de nós heróis na pista onde 265.984 pessoas com crachá da empresa têm entrada proibida.

O interior do ZR1 tem aquela atmosfera de bat-caverna, assim como qualquer Corvette, exceto pelo manômetro de pressão na admissão onde normalmente habita o medidor de voltagem. Isso e mais o capô em fi bra de carbono com uma abertura por onde se pode ver o motor balançar ao ritmo do acelerador. Até agora, e daí?


Então, acelerando em nossa primeira volta, o motor LS9 V8 de 6.2 litros rasgou os céus com um feroz uivo de lobo. A força g da aceleração recaiu sobre nós como um vagalhão de força 5 tornando a respiração algo difícil.

A primeira volta do Lutzring começa com uma curva longa e previsível. Então ela se torce, depois se lança em uma reta e ainda se fecha outra vez, antes de uma subida cega que joga mortalmente o carro em uma vala. Depois disso, você é lançado em outra curva cega em subida com a inclinação negativa, fazendo o Corvette deslizar de lado até o próximo Natal. Isso se o carro não levantar vôo.

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