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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Honda CB 650F chama atenção na cidade, mas prefere a estrada..




























É inevitável não comparar a nova Honda CB 650F com a “aposentada” Hornet. Se por um lado ela parece mais tímida que a antiga 600, a nova CB chama a atenção por onde passa, seja no posto de combustível ou nas ruas da cidade. O ronco do motor quatro cilindros de 649 cc (87 cv a 11.000 rpm e torque de 6,4 kgfm a 8.000 giros) é um dos fatores que ajudam a atrair olhares curiosos e admirados, recebendo inclusive pedidos de “fãs” para acelerar forte quando o semáforo está vermelho.
Ajudando no visual chamativo, esta versão com as cores do Team HRC (branca, azul e vermelha) vem equipada com rodas douradas de 17 polegadas e pneu 120/70-ZR17M/C na dianteira e 180/55-ZR17M/C na traseira. Tanto a posição como a pilotagem em si são muito agradáveis. Apesar da aparência robusta e agressiva, a CB 650F é fácil de pilotar. Ou seja, não é arisca, sendo uma boa opção para aquele motociclista que vem de uma 250/300 e deseja pegar uma moto mais potente.













O modelo testado, com freios ABS, pesa 194 kg. Não é das mais magras para uma 650, mas se mostra muito leve e ágil no trânsito, fazendo as acelerações fluírem sem problemas. Retomadas na estrada, então, nem se fala: a moto chega a altas velocidades num piscar de olhos.
Apesar de mandar bem na cidade, a Honda CB 650F prefere a estrada. No trânsito de São Paulo, por exemplo, foi possível notar o aquecimento do motor nas pernas. Não é nada exagerado, mas que pode incomodar em dias de calor mais forte.
Achei também que as suspensões não se dão muito bem no uso urbano. Equipada com garfo telescópico na dianteira e suspensão Mono-Shock de 128 mm de curso na traseira, a CB 650F não foi feita para nossas ruas esburacadas e repletas de deformidades, as famosas “costelinhas”. A moto repassa ao piloto as imperfeições, causando desconforto.













Quem reparou ainda mais nesse pula-pula foi a garupa. Em um trajeto curto, andando por pouco mais de meia hora, ela já reclamou de dores no traseiro, sem falar de alguns momentos em que chegava a escorregar no assento e apoiar seu peso sobre o piloto – algo até comum em nakeds, com o banco inclinado para a posição do condutor, mas que não deixa de incomodar.
Na estrada a história é outra. Aí a CB fica muito à vontade, com aquela sensação de liberdade. Se na cidade as imperfeições do asfalto ficam pra lá de evidentes, nas rodovias a nova Honda é bastante confortável, praticamente deslizando. Com câmbio de seis marchas, a 650 tem desempenho muito bom, chegando a empolgar quando o motor é levado ás faixas mais altas do conta-giros.













Os freios Nissin merecem um capítulo à parte. Como dissemos, o modelo testado conta com ABS nos discos de 320 mm e duas pinças, na roda dianteira, e 240 mm e uma pinça na roda traseira. A ativação do ABS é facilmente percebida em frenagens mais urgentes, funcionando com eficiência quando solicitado.













O painel digital vem com velocímetro, tacômetro e relógio digitais, medidor de combustível e hodômetros parcial e total, além de avisos luminosos sobre o funcionamento elétrico dos componentes. A fabricante japonesa, porém, poderia ter nacionalizado o indicador de consumo médio para km/l, em vez de usar o padrão europeu de l/100km. Também poderia aproveitar para colocar indicador de marchas no painel digital, e não só o aviso de neutro.
Já que tocamos no assunto consumo, vamos a ele: numa tocada mais tranquila em uso misto, rodando mais na cidade que na estrada, a Honda CB 650F fez uma média de 22,7 km/l – uma boa média para uma motocicleta de cilindrada média. Fazendo cálculos rápidos, com um tanque de combustível com capacidade para 17,3 litros, daria para rodar 393 km neste ritmo. A “nossa” Honda agora já conta com 1.156 km rodados.